Movie review score
5



Sua mãe acaba de morrer, você agora está diante de um advogado — que era também o patrão de sua mãe —, pronto para leitura do testamento, e quando está acontece, você descobre que seu pai está vivo, e que tem um irmão. E para cumprir a vontade de sua mãe deve agora viajar pelo mundo, e entregar uma carta para cada um deles. Caso contrário, sua mãe deverá ser enterrada de uma estranha; despida, e sem uma lápide que leve seu nome.
O filme pode não ser interessante, para os fãs de blockbusters americanos, já que a narrativa durante todo o filme —com exceção do final — é lenta — até cansativa, já que sabemos apenas o que os filhos sabem sobre a mãe, e vamos junto a eles conhecendo a história da mãe através de flashes. Trilha sonora; existe, mas em pouquíssimos momentos, e não influi diretamente na cena, fato que contribui ainda mais, para o realismo que o filme consegue transmitir.
O longa não economiza, ou exagera no drama, tudo acontece na medida certa, com cenas que somente podem ser descritas de uma forma: Nuas e cruas. Sem muitos retoques, ou cortes o filme tem cenas fortes, como uma cena, em que cristãos atacam um ônibus com muçulmanos. E essa cena não pode ser descrita com palavras, apenas vista.
O diretor acerta grandiosamente ao apostar numa narrativa, que alternar entre o presente — com a filha— e o passado — vivido pela mãe.
O longa também, aposta numa ligação com as ciências exatas — matemática—  ,já que a filha, uma matemática, cria coragem para sair viajando pelo mundo através de cidades fictícias, e descobrindo o passado de sua mãe ao ouvir de um professor a frase “Problemas insolúveis geram problemas insolúveis”. Nessa cena ela percebe que, precisa atender ao pedido de sua mãe ou carregará esse peso de durante toda sua vida.
Outra cena genial, se dá no final quando ao descobrirem todo o mistério que envolvia sua mãe, A mulher que canta, o definem em apenas uma equação 1+1=1. Numa das cenas onde se vê toda a emoção, que não havia sido vista durante todo filme.
O filme é brilhantemente dirigido por Denis Villeneuve, que mostra toda sua genialidade, desde a primeira até a última cena, já que na mesma, todas as demais, em especial a primeira, ganham sentido. Outro ponto interessante do longa foi posto em debate por Susana Schild, durante uma sessão do mesmo na mostra Filme em Foco, diferentemente do que acontece nos filmes hollywoodianos, na produção as cenas que seguirão não são pré-anunciadas por uma trilha sonora, ou por qualquer outro elemento.
O longa ainda conta com incríveis cenas na piscina interpretadas pela maravilhosa, e desconhecida dupla central de atores (Lubna Azabal , Maxim Gaudette)Tal cena também pode também ser interpretada , como algo maternal, já que agua da piscina pode ser interpreta como a bolsa de uma mãe ( esse é outro tema posto em debate na mostra Filme em foco).
O longa de Denis Villeneuve, também é repleto de personagens muito bem construídos e complexos, como a mãe, que não é boa nem má, é uma pessoa, um resultado de suas, experiências.

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